Wall Street Journal cria sua criptomoeda, WSJCoin, em documentário… e a destrói

wsjcoin wall street journal

Por Eduardo Salvatore

“Criptomoedas não são um investimento, são maneiras de empoderar as pessoas.”

É com essa frase que o mini documentário do Wall Street Journal, um dos maiores periódicos do mundo financeiro, começa. Já é possível entender que se trata de mais um doc surfando a onda do hype em torno das criptomoedas e sua tecnologia. Mas, algo inédito é visto nos minutos seguintes: a criação de uma criptomoeda por um dos maiores jornais do mundo.

Steven Russolillo, repórter do WSJ, ficou a cargo da pesquisa e da elaboração do projeto, a criação do Wall Street Journal Coin.

“Para entender criptomoedas, nós criamos uma” é o subtítulo do vídeo.

O documentário, segue à risca a linha dos filmes prévios “hypados”, com imagens e trilha sonora impactantes para envolver o espectador nesse mundo tech-turbo web 2.0 (lê-se BLOCKCHAIN).

Steve, que é responsável pela seção de critpoativos do jornal, começa pelo ponto-de-partida da grande maioria das pessoas com acesso à internet: o Google. A primeira resposta são sites especializados em ajudar a desenvolver e até listar sua criptomoeda, isto é, realizando um ICO (Initial Coin Offering) customizável para o cliente. (developcoins.com /blockchain app factory).

Mas, obviamente, é uma abordagem muito superficial para um meio de arrecadação que já soma mais de 20 bilhões de dólares ao redor do mundo e necessita de atenção especial.

PRÓXIMA PARADA: JAPÃO

Reconhecido por ser o país mais tech e bitcoin-friendly do mundo, o pequeno arquipélago da Ásia Oriental é pioneiro tanto em adoção quanto em regulamentação dos criptoativos. O primeiro a aceitar a moeda como um meio de pagamento legal e a criar legislações para as corretoras locais, o Japão foi a primeira parada para se entender o fenômeno cripto e vislumbrar o que uma cryptosociedade pode vir a ser.

Ao visitar um pesquisador da universidade de Yaku, que se utiliza de um carro elétrico “em blockchain” cuja recarga é paga automaticamente em bitcoin, e utiliza a criptomoeda da instituição, a BYACCO, para pagamentos dentro do campus, sem a necessidade de um cartão de crédito.

Ao expandir a Byacco para a uso dos moradores da cidade local, surge a questão: como será feita a gestão de dados? Uma vez que será possível apurar com precisão os hábitos de compra de acordo com o perfil dos moradores, facilitando o investimento do setor privado e também o direcionamento de subsídio no caso de uma crise financeira.

CriptoToken: Legítimo ou brincadeira?

Após citar alguns projetos sem tanta credibilidade como o trumpCoin, PuttinCoin e até mesmo o Petro, da Venezuela, o documentário sugere que a principal dificuldade das criptomoedas é o ganho de legitimidade por parte dos investidores. Porém, após sucinta explicação do que é a tecnologia em si, aponta os benefícios e se mostra favorável a tecnologia de cadeia de blocos.

Mineração

Outro passo fundamental para entender o ecossistema das criptomoedas, Steve foi visitar uma fazenda de mineração, aos arredores de Tóquio, liderada por um jovem drop-out de 21 anos, que no momento da gravação minerava Ethereum, por ser a mais rentável, mas friza que não é apegado a uma criptomoeda só e escolhe qual será minerada através da rentabilidade.

Criação da Moeda

O primeiro passo apontado nesta etapa é a escolha da blockchain, faz um comparativo entre o blockchain do Bitcoin, Ethereum, Hyperledger e Iroha (apesar da mais desconhecida, é a escolhida pelo WSJ para sediar o ICO). Definido o limite de emissão, 8,4 bilhões de WSJCoin (média entre o volume circulante das 10 principais criptomoedas do mercado), a criptomoeda é criada.

wsjcoin wall street journal documentário
Criptomoeda Física do Wall Street Journal: WSJCoin

Adoção

Uma vez que o token foi criado, o repórter vai atrás de um lugar que aceite a criptomoeda em troca de um copo de cerveja. É aí que a complicação começa, assim como toda moeda de pagamento. Leva-se 45 minutos para criar um meio de pagamento e registrar a conta do estabelecimento, cerveja na mesa, mas é apenas 1 estabelecimento, evidenciando a dificuldade de criar-se uma rede.

Corretoras

Steve visita a Dmm Bitcoin, corretora de criptomoedas e provedora de um sistema de pagamento em cripto, a qual seu CEO, Hitoshi Taguchi alerta:

“Se as criptomoedas não podem ser usadas como moeda para pagar bens e serviços no futuro, elas perderão o seu valor.”

Jogada de marketing ou não, Hitoshi aceita listar a WSJCoin em sua corretora, para prover maior liquidez a moeda.

Eventos Hypados

Próxima parada: Hong Kong, outro hub estratégico no tocante a tecnologia. Steve visita o que todo criptoentusiasta antigo já presenciou: as Grandes Feiras de Criptomoedas e Blockchain (Lê-se Hype Eventos Chain). Dúzias de criptoempreendedores com a próxima solução mundial baseada em tokens, ou quase isso.

Steve passa a promover a WSJCoin, com boa recepção por parte dos presentes por causa da forte marca por trás a princípio, porém, ao falhar em explicar o seu modelo de negócio, as pessoas rapidamente perdem interesse na compra dos tokens.

Eis um ponto crucial em todo o projeto impulsionado por ICO e que William Mougayar trata ao estudar o tokenomics:

O meu projeto realmente necessita de Blockchain?

Indo ainda mais além, o token possui utilidade, mas será que seu valor é crescente?

Apesar de um protótipo, o projeto esbarra ao chegar nas mãos de Neal Lipschutz, editor e coordenador de padrões éticos do jornal, que explica:

“Nós somos um canal de reportagem, nós não queremos criar nossa própria criptomoeda, apenas contar o processo. Assim como falamos dos bancos, nós não saimos por aí criando o nosso próprio banco.”

Apesar de serem casos de uso completamente diferentes, Neal deixa claro o caráter apenas referencial do projeto. Mesmo com o apelo de Steve, o projeto é fechado, e os tokens queimados.

Os dois minutos finais são marcados pelos dois lados da moeda: o sucesso e o risco. Interessante ressaltar que, segundo o documentário, a criação de uma Wall Street Journal Coin e um sistema de pagamento em torno da mesma, custaria entre 500 mil e 1 milhão de dólares.

Assista aqui o documentário completo

 

Atenção: Meet Up de Blockchain e Criptomoedas em homenagem ao Outubro Rosa dia 25/10 em São Paulo. Toda renda será revertida a uma instituição de combate ao Câncer de Mama. Vamos juntos nessa causa! Acesse AQUI!

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