Previsões para Criptomoedas e Blockchain em 2020

2019 foi um grande ano para o Bitcoin e Blockchain

O ano passado foi um ano de grande valorização do Bitcoin, que saiu de uma base baixa de US$ 4 mil para US$ 7.200, um ganho de 80% em 2019. Outras criptomoedas também tiveram ganhos expressivos mas não tanto quanto o Bitcoin.

Um dos principais destaques foi o tão aguardado lançamento da Bakkt. A nova bolsa de futuros de Bitcoin que tem por trás os mesmos donos da Bolsa acionária de Nova York, a NYSE.

O Bitcoin também foi destaque no quesito inovação, principalmente com a Lightning Network (rede relâmpago) saindo do papel e virando um realidade com grandes exchanges, como a Bitfinex, já implementando o novo protocolo de segunda camada (Layer 2).

No lado do Blockchain privado também vimos alguns desenvolvimentos promissores como o lançamento da rede Marco Polo que utiliza tecnologia DLT (distributed ledger technology) de Blockchain permissionado Corda da R3 para tornar o financiamento do comércio exterior (Trade Finance) mais eficiente.

E finalmente em 2019 tivemos a notícia da Libra, a criptomoeda que será lançada pelo Facebook junto com participantes do mercado de pagamentos, e-commerce e cripto.

Ótimos mas agora vamos parar de olhar no retrovisor e focar no que vem daqui pra frente.

AVISO: Antes de qualquer coisa vamos deixar claro que nada aqui nesse post ou vídeo é aconselhamento financeiro ou recomendação de investimentos.

Esses são os 10 maiores temas para Cripto e Blockchain em 2020 em nossa opinião.

Em décimo lugar:

Armageddon Financeiro

Estamos caminhando para o apocalipse financeiro?

Tem muito economista fazendo o papel de profeta do apocalipse. A tese é de que o atual sistema financeiro e bancário está quebrado. Os principais bancos centrais pelo mundo estão injetando mais e mais liquidez nas economias dos seus países. Isso gera diversas distorções como sintomas ou efeitos colaterais como os juros negativos mas nessa visão nós temos um doente terminal que é o mundo econômico-financeiro como nós conhecemos. Pra apimentar mais esse cenário temos o trade war (guerra comercial) entre Estados Unidos (leia-se Trump) e China além de um potencial bolha no valuation das startups puxada pelo SoftBank, WeWork etc.

Fizemos um vídeo recente que fala sobre o paper do Deutsche Bank sobre essa tese.

Deutsche Bank prevê o fim do dinheiro como nós conhecemos


Mesmo que essa seja a direção, achamos que essa situação ainda pode rolar por muito tempo e mesmo se o pior cenário acontecer, dificilmente a resposta vai ser Bitcoin ou alguma outra cripto. Na verdade, se pegarmos dados mais recentes, veremos que a correlação do Bitcoin com mercados tradicionais, como de ações, vem aumentando.

Mas como a situação dos grandes bancos e os bancos centrais não deve mudar pra melhor em 2020, o tema de Armageddon financeiro e o potencial das criptos como sistema alternativo ainda vai dar o que falar nesse ano.

NONA POSIÇÃO >>

O que é Proof of Stake (PoS)?

Você já ouviu falar em Proof of Stake ou PoS?

Uma das partes mais importantes do Blockchain é o mecanismo de consenso que permite duas partes desconhecidas ou até mesmo concorrentes cheguem a um acordo sobre o estado atual da rede. Em outras palavras e sendo mais específico, é um grupo de computadores que recebe informações da rede e através do consenso, determina se aquela informação ou transação é válida ou não.

Antes de entrarmos em Proof of Stake vamos primeiro rever o conceito de Proof of Work que nasceu como a base do Bitcoin em 2009, criado por Satoshi Nakamoto.

O Proof of Work (PoW) ou Prova de Trabalho – é o mecanismo de consenso mais comum da Blockchain, pois a criptomoeda mais utilizada do mercado, o Bitcoin, usa este mecanismo. O Proof of Work resolve o problema de consenso da rede porém ela traz problemas associados ao uso intensivo de poder computacional e um  alto consumo de energia. Todos os validadores da rede utilizam um alto poder computacional de suas máquinas mineradoras para vencer o desafio de geração do próximo bloco no menor tempo possível.

Por mais que esse mecanismo de consenso tenha se provado seguro e robusto nos 10 anos de existência do Bitcoin ele gerou grande questionamento na comunidade. Uma das maiores críticas ao Proof of Work tem a ver com a perda ou desperdício de recursos. Assim que um minerador vence o desafio e gera um bloco, todos os outros participantes param de tentar resolver o desafio e partem para um novo desafio para gerar o próximo bloco. Então todo o esforço de poder computacional e o custo elevado de energia dos outros participantes são desperdiçadas.

Para aprender mais sobre proof of work veja o nosso vídeo que já tem quase 100 mil visualizações no YouTube: 

O que é Proof of Stake?

O Proof of Stake (PoS) ou Prova de Participação – Tem um mecanismo de consenso um pouco diferente, pois o sistema faz a escolha do validador (chamado de nó) através de um sorteio, para a geração de novos bloco. A probabilidade de um nó ser sorteado pode ser influenciada pela quantidade de moedas que ele disponibiliza em Stake (uma espécie de Fundo).

Porém, no método de sorteio de blocos os nós são selecionados após uma inspeção na rede, selecionando os nós que possuem dois fatores importantes: baixo poder computacional e grande quantidade de moedas em stake. Antes de se candidatar para gerar um novo bloco.

É importante mencionar que no sistema de Proof of Stake, os blocos não são minerados e sim forjados e as criptomoedas que usam o Proof of Work como método de validação, recompensam os mineradores com novas moedas geradas. Por outro lado, o Proof of Stake usa as taxas de transação para recompensar os nós que validam cada bloco.

Como no Proof of Work, o Proof of Stake gerou questionamentos nas comunidades, pois este mecanismo permite que os nós possam validar mais de um ramo da rede (gerando o famoso FORK), com o objetivo de arrecadar taxas de vários blocos gerado em ramos distintos. E também, o Proof of Stake permite aumentar eventual concentração de riqueza, dado que, quem possui mais moedas tem mais chance de ser sorteado para criar um novo bloco. Esse são alguns dos questionamentos levantados sobre este mecanismo de consenso.

Vitalik Buterin, idealizador da Ethereum disse que é necessário criar mecanismos de punição para os nós que não seguem a cadeia de blocos principal. Ele propõe um algoritmo chamado Casper com a finalidade de criar um checkpoint a cada 100 blocos criados, nos quais os nós participantes votaram para definir qual é a cadeia de blocos principais. Isso não elimina a possibilidade de criar cadeias secundárias mas garante a segurança da cadeia principal, pois se dois terços da rede forem honestos, é possível saber com precisão qual a cadeia principal. Além disso o algoritmo Casper penaliza com perda de moedas dos nós que não seguem as Regras e tentam manipular a rede.

Bom pessoal, isso é apenas um pequeno resumo sobre esses dois mecanismos que ainda são muito discutidos nas comunidades e que ainda precisa ser bem estudados.